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Vamos falar de individualismo e identidades?

individualismo

Olá pessoas, tudo bem? Hoje trago um tema bem interessante para discutir com vocês: o individualismo e a construção das identidades.

Antigamente, o individualismo além de ser uma opção, era enxergado como conquista do indivíduo perante a sociedade. Viver de forma individual, independente, isolado, só traziam boas referências acerca do indivíduo. Hoje em dia, o individualismo já não é visto com bons olhos. Alguns estudiosos já o consideram um “câncer” da atualidade, da mesma forma como tratam a depressão, stress dentre outras doenças tão comuns em nossa sociedade contemporânea.

Problemas como a longa jornada semanal de trabalho, trânsito caótico, violência e outras inúmeras questões da modernidade fazem com que nós, mortais, fiquemos confinados dentro de nossas casas e escritórios, resolvendo o máximo de coisas através dos meios digitais. Tudo isso nos torna seres totalmente individualizados, egoístas, desprezando o convívio em sociedade, indo contra a forma como nossos antepassados viviam. O individualismo é o estilo de vida padrão da modernidade, onde não é mais uma questão de escolha.

Um outro ponto interessante e que merece destaque é que no século passado, as crenças, os valores e até mesmo o estilo de vida do indivíduo eram esculpidos a partir do grupo a qual pertencia. Um exemplo para isto é o movimento do rock, na década de 60, onde os jovens foram diretamente impactados e se inseriram neste, adotando seu estilo e criando a partir daí uma identidade que caracterizou o movimento. Em um cenário atual, as crenças, valores e estilos que conhecemos durante nosso desenvolvimento junto à sociedade são quebradas, onde o individualismo assume seu papel e permite que cada um construa e defina a identidade que mais lhe convém. Não existe mais “fidelização” a uma identidade, pois ela muda e pode sofrer alterações sempre que o indivíduo desejar. A identidade tornou-se algo volátil. Lembrando que a mídia, a publicidade, o consumo que prega o bem-estar individual, o cuidado com o corpo, o entretenimento e lazer, influenciam diretamente na cultura da sociedade em que vivemos.

O consumo está diretamente relacionado à identidade. O indivíduo é aquilo que consome, ou seja, sua identidade é apresentada com base em seus hábitos de consumo. A sociedade o enxerga, identifica e o “rotula” através de seu consumo, e isto é uma realidade. Temos à nossa disposição diversos exemplos, como pessoas que possuem tatuagens, que se vestem com roupas pretas, que possuem acessórios pelo corpo (brincos, alargadores de orelha, implantes entre outros). Para cada uma destas “tribos” foram atribuídos rótulos, além das associações que são realizadas, onde muitas delas são equivocadas. É comum vermos pessoas sendo rejeitadas em processos seletivos para vagas em empresas em virtude de tatuagens visíveis e alguns acessórios pelo corpo. A partir disto, vêm algumas questões: por que uma pessoa com uma identidade que foge do tradicional é eliminada de um processo seletivo? Por que há este critério? Ela é inferior? Detém menos conhecimento? Enfim, fica a reflexão.

Voltando ao individualismo, é triste e perturbador ter consciência de que ele é pré-requisito de sobrevivência na sociedade contemporânea. Quem não segue este ritmo fica de fora do jogo, precisando recorrer a auxílio médico ou até mesmo a tratamentos psicológios e psiquiátricos para se encontrar e seguir em frente. Crises de identidade são tão comuns que passam por despercebidas, e a cada dia ocorrem com maior frequência.

Isto não explicaria a quantidade de casos de depressão na atualidade? Fica aí mais uma reflexão.

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